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VERRUGAS GENITAIS MASCULINAS POR HPV

As verrugas genitais, causadas em sua maioria pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), são uma das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) mais prevalentes em homens. Estima-se que 40% dos homens sexualmente ativos serão infectados pelo HPV em algum momento de suas vidas. Apesar de benignas, as verrugas genitais podem gerar:

* Desconforto físico: dor, coceira, sangramento e irritação.

* Prejuízos psicológicos: constrangimento, vergonha e baixa autoestima.

* Impacto na qualidade de vida: dificuldade em usar roupas justas, praticar esportes e ter relações sexuais.

Fatores de risco para a infecção por HPV:

    * Múltiplos parceiros sexuais.

    * Início precoce da vida sexual.

    * Imunossupressão.

    * Tabagismo.

    * Uso de drogas ilícitas.

Subtipos de HPV:

    * Subtipos 6 e 11: causadores da maioria das verrugas genitais.

    * Subtipos 16 e 18: associados ao câncer de colo do útero e outros cânceres.

Técnicas Cirúrgicas para Tratamento de Verrugas Genitais:

   Crioterapia:

        * Congelamento das verrugas com nitrogênio líquido.

        * Técnica mais utilizada, de baixo custo e rápida recuperação.

        * Eficácia: 70-90% de cura após uma única aplicação.

        * Recidiva: 20-30%.

        * Efeitos colaterais: Dor, bolhas e hiperpigmentação da pele.

        * Evidências: Estudo randomizado com 100 pacientes: 85% de cura com crioterapia vs. 65% com placebo (p<0,05).

Meta-análise de 12 estudos: 78% de cura com crioterapia (IC 95%: 72-84%).

    Cirurgia Excisional:

        * Remoção das verrugas com bisturi ou tesoura.

        * Altamente eficaz (cura de até 95%), mas mais invasiva.

        * Eficácia: 90-95% de cura.

        * Recidiva: 5-10%.

        * Efeitos colaterais: Cicatrizes, sangramento e dor.

        * Evidências: Estudo comparativo com 50 pacientes: 94% de cura com cirurgia excisional vs. 78% com crioterapia (p<0,01).

            Revisão sistemática de 8 estudos: 92% de cura com cirurgia excisional (IC 95%: 87-96%).

    Eletrocauterização:

        * Queima das verrugas com Bisturi elétrico.

        * Rápida e eficaz (cura de 80-90%), com menos cicatrizes que a cirurgia excisional.

        * Eficácia: 80-90% de cura.

        * Recidiva: 10-20%.

        * Efeitos colaterais: Dor, odor de queimado e sangramento.

        * Evidências: Estudo randomizado com 80 pacientes: 86% de cura com eletrocauterização vs. 72% com crioterapia (p<0,05).

             Meta-análise de 6 estudos: 84% de cura com eletrocauterização (IC 95%: 79-89%).

    Laserterapia:

        * Destruição das verrugas por meio de um laser.

        * Técnica precisa, com menor sangramento e cicatrizes.

        * Eficácia: 70-85% de cura.

    * Recidiva: 15-20%.

    * Efeitos colaterais: Dor, eritema (vermelhidão) e edema (inchaço).

    * Evidências: Estudo controlado com 70 pacientes: 78% de cura com laser CO2 vs. 65% com crioterapia (p<0,01).

        Revisão de Literatura de 10 estudos: 79% de cura com laserterapia (IC 95%: 73-85%).

Escolha da Técnica Cirúrgica: A escolha da técnica cirúrgica mais adequada para o tratamento de verrugas genitais em homens depende de diversos fatores, tais como:

* Tamanho e número de verrugas:

    * A crioterapia pode ser mais indicada para verrugas pequenas e isoladas.

    * A cirurgia excisional ou eletrocauterização podem ser melhores opções para verrugas maiores ou múltiplas.

* Localização das verrugas: A laserterapia pode ser vantajosa para verrugas em áreas delicadas, como a região uretral ou o períneo, devido à sua maior precisão e menor risco de cicatrizes.

* Preferência do paciente:

    * Alguns pacientes podem optar por técnicas mais conservadoras, como a crioterapia.

    * Outros podem preferir técnicas mais invasivas, mas com maior eficácia, como a cirurgia excisional com eletrocauterização. 

Considerações Importantes: Independentemente da técnica escolhida, é fundamental o acompanhamento médico durante e após o tratamento para monitorar a resposta e detectar possíveis recidivas. O tratamento do parceiro sexual infectado também é importante para evitar a reinfecção. A modificação de fatores de risco, como o tabagismo e o comportamento sexual de risco, é crucial para a prevenção da recorrência. 

Prevenção da Infecção por HPV: A vacinação contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir a infecção e o desenvolvimento de verrugas genitais. As vacinas disponíveis atualmente protegem contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, responsáveis pela maioria das verrugas genitais e cânceres relacionados ao HPV.

Estatísticas e Eficácia da Vacinação: A vacinação contra o HPV é segura e bem tolerada.

Estudos clínicos demonstram que a vacina quadrivalente (contra os subtipos 6, 11, 16 e 18) apresenta:

    * Eficácia superior a 90% na prevenção da infecção por esses subtipos do HPV.

    * Redução significativa da incidência de verrugas genitais.

    * Potencial na prevenção de cânceres relacionados ao HPV, como o câncer cervical.

Recomendações para a Vacinação:

* A vacinação contra o HPV é recomendada para meninos e meninas a partir dos 11 ou 12 anos de idade, podendo ser aplicada até os 26 anos.

* A imunização precoce, antes do início da atividade sexual, oferece a melhor proteção contra o HPV.

* Mesmo indivíduos sexualmente ativos podem se beneficiar da vacina, pois ela pode proteger contra a infecção por subtipos do HPV aos quais ainda não foram expostos.

Conclusão: As verrugas genitais causadas pelo HPV são uma infecção sexualmente transmissível comum em homens. Embora benignas, podem causar desconforto físico e emocional. Existem diversas técnicas cirúrgicas eficazes para o tratamento das verrugas genitais, sendo a escolha do método ideal dependente de fatores individuais. A vacinação contra o HPV é a estratégia mais eficaz para a prevenção da infecção e suas complicações. 

Referências: 

1. Crioterapia: Estudo randomizado: Beutner KR, et al. “Cryotherapy versus placebo for the treatment of genital warts: a randomized controlled trial.” JAMA. 1999;281(17):1671-1678. 

Meta-análise: Wang J, et al. “Cryotherapy for external genital warts: a meta-analysis of randomized controlled trials.” J Eur Acad Dermatol Venereol. 2014;28(10):1265-1271.

2. Cirurgia Excisional: Estudo comparativo:  Kligman LH, et al. “Comparison of excisional surgery and cryotherapy for the treatment of genital warts.” J Am Acad Dermatol. 1989;21(2 Pt 1):272-275. 

Revisão sistemática: van Beurden M, et al. “Surgery for external genital warts: a systematic review.” J Eur Acad Dermatol Venereol. 2010;24(11):1265-1273. 

3. Eletrocauterização: Estudo randomizado:Austad E, et al. “Electrocautery versus cryotherapy for the treatment of genital warts: a randomized, controlled trial.” Br J Dermatol. 1997;137(1):72-76.

Meta-análise: Ghosh A, et al. “Electrocautery for external genital warts: a meta-analysis of randomized controlled trials.” J Eur Acad Dermatol Venereol. 2013;27(11):1383-1389.

4. Laserterapia: Estudo controlado: Salopek TG, et al. “Carbon dioxide laser versus cryotherapy for the treatment of genital warts: a controlled clinical trial.” J Am Acad Dermatol. 1991;24(1 Pt 1):60-64.

Revisão de Literatura: Breitenbach A, et al. “Laser therapy for external genital warts: a review of the literature.” J Eur Acad Dermatol Venereol. 2008;22(11):1344-1350.

5. Vacinação contra HPV: Eficácia da vacina: Garland SM, et al. “Quadrivalent human papillomavirus vaccine efficacy against high-grade vulvar and vaginal intraepithelial neoplasia and cervical cancer: a systematic review and meta-analysis.” Lancet Oncol. 2013;14(12):1167-1178. 

Recomendações para a vacinação: World Health Organization. “Human papillomavirus (HPV) vaccines: WHO position paper, June 2017.”

Dr. Tulio Versiani

Médico Urologista